Presidente e vice do SeproSC são destaque no Boletim da Fenainfo

O Boletim de Notícias da Fenainfo publicou entrevista especial com o presidente do SeproSC, João Luiz Kornely e com  vice, Carlos José Pereira.

Confira a reportagem:

Um dos mais tradicionais polos de Tecnologia de Informação do país, Blumenau, no Vale do Itajaí (SC), enfrenta um problema curioso em meio à crise econômica que o Brasil vivencia. “Está sobrando emprego e faltando gente, falta analista, programador, técnico de suporte...”, conta Carlos José Pereira, vice-presidente do Sindicato das Empresas de Processamento de Dados, Software e Serviços Técnicos de Informática de Santa Catarina (Seprosc), que conta com 350 empresas associadas e representa uma base de 1,5 mil empresas de TI catarinenses.

Segundo levantamento feito em 2015 pela Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate), no Vale do Itajaí concentram-se 28% das cerca de 2,9 mil empresas catarinenses de TI. O polo do Vale do Itajaí responde por 25% do faturamento do segmento em Santa Catarina e por 21% dos profissionais de TI no Estado, aproximadamente 9,9 mil trabalhadores.

Para mostrar um pouco da importância do Vale do Itajaí no cenário brasileiro de TI, Fenainfo Notícias conversou também com o presidente do Seprosc, João Luiz Kornely, que, assim como Pereira, é sócio de uma empresa de informática em Blumenau. Ambos são atores ativos da construção do polo regional do Vale do Itajaí, cuja história remonta a 1969, quando foi criada em Blumenau a Cetil, uma empresa de tecnologia formada para atender à florescente indústria têxtil local.

João Luiz Kornely – “48 anos atrás, mais precisamente em 12 de março de 1969, foi criada a Cetil, que começou como um centro tecnológico para atender às necessidades das grandes indústrias têxteis da região, como Hering, Maju, Cremer, Karsten, Teka e Sulfabril, entre outras. Tudo começou com dois ex-funcionários do Banco do Brasil, que haviam viajado à Alemanha na época e se familiarizaram com processamento de dados, que era uma coisa ainda nova. A Cetil chegou a ser a maior empesa de informática privada do Brasil, atendendo bancos como Banespa, Finasa, Mercantil de São Paulo e a maioria dos bancos estaduais. Em seu auge, teve 1.200 funcionários e uma rede de filiais no Sul e Sudeste.”

 

Carlos José Pereira – “No início, as empresas de TI eram startups criadas a partir do Cetil, por empregados que saíram e foram formando suas próprias empresas. E como a maioria era de amigos, se um empregado já tinha aberto empresa num determinado segmento, o amigo saía para atuar em outra área. Isso fez com que Blumenau atuasse em diversos segmentos e até hoje atendemos muito bem à área corporativa graças a essa diversificação desde o início.”

 

Kornely – “As empresas de Blumenau e do Vale de Itajaí se especializaram em sistemas de gestão empresarial – de pessoas, gestão comercial, jurídico etc. – e desenvolvemos aqui excelentes produtos para as corporações. Os principais sistemas de gestão do Brasil estão aqui, e temos coisas muito específicas. Por exemplo, o sistema mais usado pelos departamentos jurídicos e escritórios de advocacia do país é daqui. E toda a operação de venda e entregas da Ambev é suportada por uma empresa de Blumenau.”

Kornely – “Temos três faculdades de formação de profissionais de TI na região, e temos uma iniciativa bem bacana em Blumenau chamada Entra21, que no início teve apoio até do Banco Mundial. O programa, que existe há 11 anos, seleciona a cada anualmente cerca de mil jovens com o Ensino Médio completo e forma de 200 a 300 jovens que vão direto para as empresas. Praticamente todas as empresas aqui têm gente que veio do Entra21. E os cursos são montados em função das necessidades das empresas, com foco em linguagens como Java, Cobol, C#.Net, PHP, Android ou Delphi.”

Pereira – “Mesmo tendo boas escolas locais, uma das grandes dificuldades que nós temos hoje é a mão de obra. Somos uma cidade de apenas 350 mil habitantes e temos muitas empresas de software, algumas inclusive são líderes em seu segmento. Isso requer uma mão de obra que não temos condições de suprir hoje. Todas as empresas têm vagas em aberto, principalmente analistas, programadores, técnicos de suporte, e essa demanda faz com que a mão de obra encareça. A demanda ainda é maior que a oferta. Nosso crescimento hoje talvez fosse um pouco maior se tivéssemos uma oferta maior de mão de obra.”

Kornely – “Temos muita gente vindo de outros estados trabalhar em Blumenau. Na minha empresa, por exemplo, hoje de 60% a 70% das contratações são de profissionais que vêm de fora de  Blumenau e até de outros estados, vêm do interior do Paraná, do interior de São Paulo, mas também do Rio de Janeiro e de Minas. A crise aqui ainda não pegou tão forte, as empresas não chegaram a demitir, e muitas ainda estão admitindo. As empresas que têm caixa têm aproveitado o momento para se modernizarem e implementarem novos processos.”

Pereira – “Um desafio grande para as empresas de Blumenau é que estamos longe dos grandes centros, como São Paulo, Rio e Belo Horizonte. E aí temos que trabalhar com filiais nessas regiões, o que encarece o custo das empresas. Assim, para concorrer com as empresas locais dos grandes centros, a solução é trabalhar com mais produtividade. Temos uma vantagem de estar longe dos grandes centros: nosso programador produz mais do que um programador de São Paulo. Por que? Porque enquanto um programador nosso leva de 10 a 15 minutos para chegar ao trabalho, em São Paulo o mesmo profissional às vezes leva de uma a duas horas, ele chega cansado, e à noite volta também cansado para casa. Esse é um dos pontos fortes de estar numa cidade pequena, intelectualmente a pessoa fica com a cabeça mais fresca, mais tranquila.”

Kornely – “A tendência aqui é de continuar crescendo. A média de crescimento das empresas de TI em Blumenau está na faixa de 20% ao ano. Em minha própria empresa (HBSIS Soluções em TI), no ano passado contratamos 180 pessoas. A região continua a crescer. Mas temos que pensar em como atrair, porque é inadmissível que a gente tenha 12 milhões de desempregados no Brasil e tenha dificuldade de admitir para uma vaga em TI, que tem uma carência aí de cerca de 100 mil vagas em aberto.”

Pereira – “Nossa expectativa é de que o setor na região do Vale do Itajaí continue crescendo. Hoje, em Blumenau, temos um incentivo de ISS, pagamos só 2%, e mesmo assim o setor já representa 17% da arrecadação. Se o ISS fosse de 5%, já estaríamos respondendo por quase metade da arrecadação da prefeitura”.

Publicado em: 29/03/2017 09:00:43

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